Ronco e Apneia

Otorrinolaringologista e Otoneurologista em São Paulo


O ronco é um som produzido durante o sono devido à vibração dos tecidos da via aérea superior, principalmente da garganta, ocorre quando há um estreitamento das vias aéreas superiores ou mesmo uma flacidez. Já a apneia do sono é um distúrbio caracterizado por pausas temporárias na respiração durante o sono, que podem ocorrer várias vezes ao longo da noite e onde o estreitamento referido é mais intenso, causando prejuízos à saúde do paciente.

O que causa o ronco?

O ronco pode ser causado por uma variedade de fatores. Algumas das causas mais comuns do ronco incluem:


Obstrução das vias aéreas superiores

O ronco muitas vezes ocorre devido ao estreitamento das vias aéreas superiores durante o sono. Isso pode ser causado pelo relaxamento dos músculos da garganta e da língua, resultando em vibração dos tecidos quando o ar passa.


Sobrepeso e obesidade

O excesso de peso corporal pode levar ao acúmulo de tecido gorduroso ao redor da garganta, o que pode obstruir as vias aéreas e causar o ronco.


Estrutura anatômica

 Algumas características físicas, como um palato mole alongado, úvula (campainha) grande, amígdalas aumentadas, língua grande para a garganta, ou desvio do septo nasal, podem contribuir para a obstrução das vias aéreas e o ronco.


Consumo de álcool e sedativos

O consumo de álcool ou o uso de sedativos antes de dormir podem relaxar os músculos da garganta, aumentando a probabilidade de ronco.


Envelhecimento

À medida que envelhecemos, os tecidos moles da garganta podem perder a elasticidade e a firmeza, aumentando o risco de obstrução das vias aéreas e ronco.


Congestão nasal

A congestão nasal devido a alergias, resfriados ou sinusite pode dificultar a respiração pelo nariz, forçando a pessoa a respirar pela boca, o que pode contribuir para o ronco.



Posição de dormir

Dormir de costas pode agravar o ronco, uma vez que a gravidade pode fazer com que a língua e os tecidos da garganta caiam para trás, obstruindo parcialmente as vias aéreas.

No caso de crianças, uma atenção especial deve ser dada para a hipótese da hipertrofia adenoideana, a famosa carne esponjosa, que além de acarretar resfriados recorrentes e otites também causa obstrução da via aérea durante o sono, demandando a boca estar sempre aberta.

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O que causa apneia?

Todos os fatores descritos para o ronco que causam estreitamento da via aérea na faringe também podem ser causa para a apnéia do sono. Há também o fator obesidade como dificultador da expansão torácica durante a respiração, o que também favorece a apneia. Também contribui para a apnéia, a estrutura anatômica desfavorável, como um queixo retraído.

Quais são os sintomas da apneia do sono?

Os sintomas da apneia do sono são sonolência diurna, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, envolvimento em acidentes, ganho de peso, cefaleia matinal, perda de força física, perda de motivação, depressão. As complicações que a apneia do sono traz para a saúde são muito importantes, como: obesidade, hipertensão arterial, diabetes, riscos de arritmia.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de Ronco e síndrome de apneia do sono pode ser feito de algumas formas, sendo a polissonografia a forma mais eficaz e mais consagrada de diagnosticar esta doença. A polissonografia consiste num exame que o paciente faz dormindo, preferencialmente sem uso de medicação alguma para isso e durante o exame conseguimos monitorar intensidade do ronco, atividade cerebral, movimentos oculares, atividade muscular, frequência cardíaca, fluxo de ar no nariz e na boca, esforço respiratório, oxigenação sanguínea, entre outros. Hoje em dia este exame pode ser feito em ambiente clínico-hospitalar ou na própria residência do paciente. Para diagnosticar especificamente o ronco, existem outros métodos que lançam mão inclusive da tecnologia de smartphones. 

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Tratamentos para Ronco e Apneia

Ações comportamentais

Perder peso

Se você está com sobrepeso ou obesidade, perder peso pode ajudar a reduzir o ronco e a apnéia do sono, pois o excesso de gordura no pescoço e no tórax contribuem para a obstrução das vias respiratórias e para dificuldade na expansão torácica.


Evitar álcool e sedativos antes de dormir

Essas substâncias podem relaxar os músculos da garganta, aumentando o ronco e a chance de apnéias. 


Dormir de lado

Dormir de costas pode piorar o ronco; por conta do relaxamento da língua para região posterior, enquanto dormir de lado pode ajudar a manter as vias respiratórias desobstruídas. Existem até mesmo travesseiros especiais projetados para incentivar o sono lateral.


Aparelho Intraoral

O aparelho intraoral, também conhecido como dispositivo de avanço mandibular, é uma opção de tratamento comum para o ronco e a apneia do sono leve a moderada. Ele consiste em uma prótese dental personalizada, semelhante a uma placa de mordida, usada durante o sono. Esse dispositivo é projetado para reposicionar a mandíbula e a língua, mantendo as vias aéreas abertas durante o sono.



CPAP

O CPAP  é uma opção bastante eficaz para o tratamento da apneia do sono moderada a grave, sendo muitas vezes a melhor escolha de tratamento. Trata-se de um aparelho que fornece um fluxo contínuo de ar sob pressão por meio de uma máscara facial que o paciente usa durante o sono. O objetivo do CPAP é manter as vias aéreas abertas, evitando o fechamento das estruturas da garganta que causa o ronco e as pausas respiratórias características da apneia do sono. O ar pressurizado atua como um "espaçador" que mantém as vias aéreas desobstruídas, permitindo uma respiração normal durante o sono.


Injeção roncoplástica

A injeção roncoplástica é um procedimento utilizado no tratamento do ronco e da apneia do sono. É uma técnica minimamente invasiva cujo objetivo é reduzir o fechamento da via aérea na região do palato mole durante o sono, ajudando a manter as vias aéreas abertas. Trata-se de uma variável de outro procedimento que é a aplicação de energia de radiofrequência ou laser no palato mole, sendo a parte posterior do céu da boca. O objetivo é provocar um enrijecimento e uma retração e cicatrização controladas do tecido mole, resultando em um palato mais firme e menos propenso ao colapso durante a respiração. É importante ressaltar que pode não ser adequada para todos os pacientes.


Cirurgias - uvulopalatofaringoplastia e faringoplastia lateral

Algumas cirurgias; como correção de desvio de septo, turbinectomia, adenoidectomia e amigdalectomia; que são indicadas por outros motivos, podem também ser opção para tratar ronco e apnéia do sono, sendo avaliada caso a caso. Referente a cirurgias focadas unicamente neste objetivo, temos a uvulopalatofaringoplastia e a faringoplastia lateral. 


Indicações para a uvulopalatofaringoplastia 

A uvulopalatofaringoplastia (UPPP) é realizada para remover ou modificar as estruturas da garganta que podem causar obstrução das vias aéreas durante o sono.


Durante a UPPP, o cirurgião pode remover parte ou toda a úvula (campainha), além de tecidos excessivos do palato mole e das paredes laterais da garganta. Em alguns casos, também são removidas as amígdalas e/ou adenóides. O objetivo é ampliar o espaço das vias aéreas superiores e reduzir a vibração e o colapso das estruturas que causam o ronco e a apneia. Esse procedimento é realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. A recuperação pode variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolve um período de dor de garganta, inchaço e dificuldade para engolir nos primeiros dias após a cirurgia. É importante seguir as orientações médicas quanto ao repouso, alimentação e cuidados pós-operatórios.


A faringoplastia lateral é indicada especialmente para pacientes com colapso da parede lateral da faringe durante o sono. Durante a faringoplastia lateral, o cirurgião realiza uma incisão na parede lateral da faringe e remove ou reposiciona parte do tecido mole e muscular. O objetivo é fortalecer e estabilizar a parede faríngea, reduzindo assim a probabilidade de obstrução das vias aéreas.

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Por que buscar ajuda para tratar distúrbios do sono?

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Tratar os distúrbios do sono é essencial do ponto de vista social e também para a saúde do paciente. No caso dos roncos, muitos pacientes passam a evitar viagens com amigos e com turmas de trabalho. Passam a apresentar problemas inclusive com relacionamentos amorosos e causando em alguns casos até términos de casamento. Já para a saúde, no caso da apnéia do sono tratar é evitar complicações sérias e ajudar no tratamento de doenças como:


Problemas cardiovasculares

A apneia do sono está associada a um maior risco de desenvolvimento de hipertensão arterial (pressão alta), doença arterial coronariana, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). As pausas na respiração durante o sono podem levar a variações na pressão arterial, aumento do estresse no coração e inflamação sistêmica, contribuindo para problemas cardiovasculares.


Diabetes tipo 2

Existe uma relação bidirecional entre a apneia do sono e o diabetes tipo 2. A apneia do sono pode aumentar o risco de desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2, enquanto o diabetes não controlado pode agravar a gravidade da apneia do sono.


Distúrbios metabólicos

A apneia do sono está associada a alterações metabólicas, incluindo ganho de peso, resistência à insulina, dislipidemia (níveis anormais de lipídios no sangue) e síndrome metabólica. Essas alterações podem aumentar o risco de obesidade, doenças cardiovasculares e outras condições metabólicas.


Impacto na qualidade de vida

A apneia do sono não tratada pode afetar negativamente a qualidade de vida. A sonolência diurna, a fadiga constante, a dificuldade de concentração e os problemas cognitivos podem prejudicar o desempenho no trabalho, a vida social e as relações pessoais.


Complicações respiratórias

A apneia do sono pode piorar os sintomas de condições respiratórias pré-existentes, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e aumentar o risco de complicações respiratórias.


Problemas emocionais e mentais

A apneia do sono não tratada pode contribuir para o desenvolvimento de problemas emocionais, como ansiedade e depressão, além de distúrbios cognitivos e de memória.

Sobre o Médico

Dr. Igor Tadeu da Costa

CRM-SP: 134934 | RQE: 55887


Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP, com residência médica pelo Hospital das Clínicas da USP e especialização em Otoneurologia pela mesma instituição. Especialização pelo IBAI em tratamento da Rinite com fármacos e com imunoterapia (vacina).


Dr. Igor é referência em tontura e quadros pediátricos, possui experiência no acompanhamento clínico e tratamento cirúrgico de adultos e crianças, trabalhando em parceria com fonoaudiólogos, pediatras, pneumologistas e cirurgiões plásticos.

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