Tontura e Ansiedade: Entenda Por Que Estão Interligadas
Como a Ansiedade Pode Causar Tontura?
Tontura é uma queixa muito comum nos consultórios médicos, especialmente em clínicas de otorrinolaringologia e neurologia. Muitas vezes, a causa não está apenas no ouvido ou na circulação, mas também no estado emocional do paciente. A ansiedade pode tanto causar quanto agravar episódios de tontura — e entender essa relação é essencial para um tratamento eficaz.
O Que É Tontura?
A tontura pode ser descrita de várias formas: sensação de instabilidade, desequilíbrio, cabeça leve ou até a impressão de que o ambiente está girando (vertigem). Ela pode ser episódica, durar segundos ou persistir por mais tempo, interferindo nas atividades do dia a dia.
Como a Ansiedade Pode Causar Tontura?
A ansiedade é uma resposta do organismo ao estresse, perigo ou preocupação excessiva. Durante uma crise ansiosa, o corpo entra em estado de alerta, e isso pode provocar uma série de alterações físicas:
- Hiperventilação: a pessoa respira de forma rápida e superficial, o que reduz os níveis de dióxido de carbono no sangue e provoca tontura, formigamento e sensação de desmaio.
- Tensão muscular: músculos do pescoço e da cabeça ficam contraídos, o que pode afetar o equilíbrio.
- Alterações na percepção: a ansiedade pode intensificar a percepção de desequilíbrio, fazendo com que a pessoa se sinta instável mesmo sem uma causa física aparente.
- Desregulação do sistema vestibular: o sistema responsável pelo equilíbrio pode ser influenciado por estados emocionais alterados, gerando sensação de instabilidade.
E o Inverso Também É Verdade
A tontura, por sua vez, pode gerar ou piorar quadros de ansiedade. Imagine sentir, de forma recorrente, que o chão está se movendo ou que você vai cair — isso naturalmente provoca medo e preocupação. Com o tempo, o paciente passa a evitar situações que possam desencadear os sintomas, como sair de casa ou frequentar lugares movimentados, o que contribui para o desenvolvimento de um ciclo vicioso entre tontura e ansiedade.
Como Diferenciar Tontura Física da Emocional?
Nem sempre é fácil distinguir se a tontura tem origem física (como labirintite, VPPB, alterações neurológicas ou pressão baixa) ou se está ligada à ansiedade. Porém, alguns sinais podem ajudar:
- Tontura relacionada à ansiedade costuma ser mais constante, mas menos intensa que a vertigem.
- Pode vir acompanhada de palpitações, suor, respiração curta, sensação de nó na garganta e medo de perder o controle.
- Costuma piorar em situações de estresse, multidões ou locais fechados.
- Muitas vezes, os exames clínicos e laboratoriais são normais.
O diagnóstico preciso exige avaliação médica completa, com exclusão de causas físicas e análise do contexto emocional do paciente.
Tratamento
O tratamento da tontura relacionada à ansiedade é multidisciplinar:
- Acompanhamento com otorrinolaringologista ou neurologista para afastar causas físicas.
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC) para trabalhar o medo, a hipervigilância e o controle da ansiedade.
- Uso de medicamentos, como ansiolíticos ou antidepressivos, pode ser indicado em alguns casos.
- Exercícios de reabilitação vestibular podem ajudar o cérebro a se adaptar aos estímulos de desequilíbrio, quando necessário.
Além disso, práticas como meditação, respiração controlada, atividade física regular e sono de qualidade ajudam a reduzir os sintomas ansiosos e, consequentemente, a tontura.
Conclusão
A ligação entre tontura e ansiedade é real e frequente. Muitas vezes, o paciente passa por diversos médicos em busca de uma causa física e só encontra alívio quando começa a tratar também o aspecto emocional. O mais importante é não ignorar os sintomas e buscar um diagnóstico completo. Com o tratamento adequado, é possível recuperar o equilíbrio — físico e emocional — e ter mais qualidade de vida.


